terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Vodun Legbá


Legbá



      Legbá-Vodun é filho da sétima gestação de Mawu-Lisa, portanto é o caçula da hierarquia dos Voduns. 
      A cada Vodun filho seu, Mawu ensinou uma linguagem diferente, que deveria ser usada em seus próprios domínios de Djò. Ficou encarregado de ensinar a linguagem aos homens, mas todos  esqueceram de como falar a linguagem de Mawu com exceção de Legbá que nunca se separou de seus genitores. Assim, todos os Voduns e toda a humanidade teriam de recorrer a Legbá para se comunicar com Mawu.
     Legbá-Vodun passou assim a estar em toda a parte para levar e trazer mensagens dos seres criados por seu criador.
     Legbá, por ser muito arteiro e aprontar muitas brincadeiras perigosas e sem limites e também por ser o preferido de Mawu, foi mantido perto dos pais. Recebeu a incumbência de ser o mensageiro entre os irmãos Voduns e Mawu-Lisa. 
     Recebeu o dom de saber todos os idiomas e dialetos para que pudesse  escutar tudo no céu e na terra e contar para seus pais. Uma missão difícil que não poderia falhar, formando assim o controle Orun-Aiye.    
     Embora o povo Fon cite somente o nome de Mawu como o Deus criador, eles têm conhecimento da existência de Lissá e o consideram o lado justiceiro de Mawu. 
        No Benin, os fetiches de Legbá-Vodun geralmente são representados por um montículo de terra com uma peça fálica, que representa a audácia de Legbá, como a coragem e a procriação. 
     Legbá é um Tô-Vodum e existem duas definições existentes para Tô-Vodun. Tanto podem ser um vodun cultuado por todos os habitantes de uma localidade, como sendo emblemático daquela localidade, independente dos laços familiares e tribais entre os habitantes; como também podem ser voduns cultuados por praticamente e todos os adeptos da religião Fon. Neste caso, Legbá, Fá, Gu, e talvez Agué, são Tô-Voduns. Algumas vezes essa atribuição pode ser estendida a voduns populares como Sakpatá, Dan, Lissá e Hevioso.
    Não se deve confundir Tô-Vodun com Tó-Vodun, ou voduns das águas, como Agbê, Aziri Tobossy, Naete,os Tohossu ( cultuado no Jeje Mina), etc. Embora sendo pertencente aos Tô-Vodun ele é um Vodun integrante aos Ayi-Vodun, os voduns do panteão da terra, por ter ele o controle desta, como também aos Ji-Vodun do panteão do céu por Legbá ter livre acesso ao Orun(céu). Vejamos então que Legbá esta sempre presente em todos os panteões de Voduns, por ser este o eixo da dinâmica e propulsor do ASE, fazendo com que este seja levado e distribuído a quem de direito tiver e fazer a cobrança dos que mal agirem. 
   Os antigos viajantes e pesquisadores muito falaram dessa divindade que a todos impressionava por seu apspecto erótico. 
   PRUNEAU DE POMMEGORGE; foi o primeiro que, tanto quando podemos saber, descreveu um Legbá. Eis como apresenta o Legbá de Ouidah, onde permaneceu de 1743 a 1765; a um quarto de légua dos fortes dos dahomeanos ainda têm um deus Príapo, feito grosseiramente de terra, com seu principal atributo, que é enorme e exgerado em relação à proporção ao restante do corpo. As mulheres sobretudo, vão oferecer-lhe sacrificios, de acordo com sua devoção e com o pedido que lhe farão. Essa má estatua encontra-se debaixo do forro de uma choupana que a abriga da chuva.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Universo dentro de uma Cabaça



    Mawu, a noite, o frio, inerte, calmo, primórdio. fêmea, o nada.
    Lissá, o dia, quente, sinérgico, violento, primórdio, macho, o tudo.
    E só uma cabaça como moradia. É assim que se encontra o universo, dentro de uma cabaça. Mawu-Lissá é o infinito universo, a unidade.
   Como um casamento, eram amantes, um a completar o outro. Mas por personas distintas também havia atrito.
   Em um dado momento, houve atrito, um choque de duas energias poderosas e distintas, e assim houve uma grande explosão, e seus universos se expandiu, galaxias criadas, forças emanaram, e hoje eu os louvo como deuses, como voduns.
    Mawu-Lissá abafefé..
    Olorum o mo dupé...


Doté Rodrigo de Avimaje