Ogãs - Os Senhores do Candomblés
A palavra ogã é de origem dJêdjê ( Ewe fon ) mais se popularizou e é usada em todas as nações do candomblé para designar o homem que é o guardião e auxiliar com muitas funções junto ao zelador ou zeladora das divindades.
Já na nação Ketu (Nago), são chamados de Aloyês, mas devido a alguns motivos culturais implantados no Brasil a palavra Ogã ficou mais difundida.
Levasse a crer que no periodo dos anos de 1500 a 1580 d.c. no descobrimento com a vida dos escravos, 90% dos escravos eram de origem Bantu (Angola) e do Daome (Jeje). E com a vinda dos demais navios negreiros os outros povos foram se adequando ao linguajar dominante nas cenzalas e quilombos.
As funções são geralmente iguais na maioria dos terreiros. Antes de qualquer coisa, o candidato a se tornar um ogã da casa deve conquistar a confiança e a simpatia do chefe da casa; passando por várias etapas a começar pelo jogo de búzios, a pessoa espera ansiosa pelo dia do seu apontamento ou suspensão é quase sempre um dia de festa dos santos ao qual o leigo em questão será guardião.
O Vodun manifestado no zelador ou num Etemi da casa, dirige- se até a pessoa que será apresentada como futuro membro da comunidade no cargo de Ogã; a divindade o pega pelo braço e o apresenta em seguinda alguns ogãs já veteranos o suspende com os braços fazendo alusão a uma cadeira que ao se confirmar irá possuir; E em seguida o senta para as devidas congratulações dos membros, que estão alegres por mais uma escolha do santo de um novo filho e pai. A primeira etapa foi cumprida e o futuro ogã se prepara para a sua feitura, onde deverá custear a festa e zelar pela divindade que o escolheu.
Em algumas nações sua preparação no candomblé ocorre num tempo mais curto do que os que se recolhem para raspar a cabeça, que entram em transe ( manifestação do santo ), quase sempre é de 14 a 21 dias, e os que manifestam as divindades é de 1 mês.
Não incorpora o santo ou qualquer outra entidade, passam por muitos fundamentos ( bori, ebó, entre outros). Sua feitura denomina- se de confirmação ou seja, ele não raspa a cabeça ( em algumas nações ), pois não entra em transe, a própria divindade a qual foi consagrado e que vem num ato de preceito confirmar o seu ogã, isso acontece na maioria das casas de tradição da Bahia. Mas existe também o caso daqueles que são raspados e passam pelo mesmo processo dos voduncis ( aqueles que incorporam o santo ), nesses casos são geralmente filhos de pais e mães- de- santo que preparam- no para poder sucedê- lo no futuro, ou por algum motivo o jogo ou o santo determina à raspagem.
Cada caso é um caso a ser analisado; mas ogã em todas as nações de candomblé é auxiliar direto do zelador. No caso de herdar a casa, ele sempre vai contar com a ajuda de um (a) vodunci para auxiliá- lo em muitos preceitos e demais tarefas.
Na nação Jeje o runto, pejigam cuidam das noviças que estão baldas ( desmaiados), antes de entrarem para os quartos sagrados.
Os ogãs são os guardiões dos terreiros, ajudam na manutenção. No passado muitos candomblés na época da perseguição policial não foram profanados devido a influência de muitos ogãs ligados ao terreiro.
No Jeje, os ogans também são chamados de Huntós.
Existem funções diversas que os voduns escolhem para dos seus Huntós, tais como:
Kpejigan, Abagigan, Ogan Tata, Hundevi, Senevi, Ogan ví, Hunvá, Alabê, Gaypê, sojatin, Akarigebó, Kutó, Hundevá, etc...
by Doté Rodrigo D'Avimaje
Rio de Janeiro, 12 de Abril de 2012.
fotos retirada da internet para fins inustrativos
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