quarta-feira, 27 de junho de 2012

Grá


Grá



Kolofe a todos os leitores do meu blog, que meu vodun Avimadje os abençoe !
venho falar de um rito um tanto esquecido, um tanto secreto, por alguns motivos de juramento não poderei postar cânticos, detalhes sobre o ritual do Grá. Para não me comprometer e quebrar qualquer juramento do fundamento, fiz uma pesquisa sobre o assunto, e peguei um post que mais chega perto do ritual, pois assim não me comprometo em expor tal ritual tão secreto e extinto em muitas casas, por várias vertentes. O texto que fala sobre o Grá vem de um estudo bibliográfico retirados da internet. Espero que possa elucidar um pouco sobre o tema sem tirar o segredo e a magia do msiterio do ritual.  
"Das etapas de iniciação que a nova Vodunsi deve passar, a mais intrigante e misteriosa é o Grá. O Grá  é uma divindade ou entidade violenta e agressiva que se manifesta na Vodunsi apenas na sua iniciação durante três dias e próximo ao “dia do nome”. O principal objetivo do Grá é matar o(a) zelador (a) que deverá permanecer escondido nos aposentos da casa durante os três dias em que o Grá estiver manifestado. O Grá é acompanhado pelos Ogans, Ekedis e algumas Vodunsis antigas que farão com que ele realize algumas penitências, fazendo-o cansar. Há um número certo de pessoas que poderão acompanhar o Grá que durante estes três dias ficará solto pelo pátio da roça comendo tudo que encontrar como folhas de árvores e frutos caídos, motivos estes que exigem que a roça seja grande e com bastante árvores. As pessoas que acompanham o Grá, assim como ele mesmo, carregam um porrete com o qual ele tenta agredir as pessoas e realiza sua penitência, que tem como objetivo levar todo mal e toda energia negativa da Vodunsi, e também o objetivo principal de cansar o Grá para que ele não cause tanto transtorno. Durante os dias de penitência, os acompanhantes entoam certas cântigas específicas. Após os três dias procurando o(a) zelador(a), o Grá tem o encontro tão esperado, que acontecerá no Agbasá (salão de dança). Ao som de paó e adahun, o Grá entra pela porta principal do Agbasá e se deparara com o(a) zelador(a), que estará sentado(a) em uma cadeira esperando por ele, partindo pra cima do mesmo para matá-lo. Neste instante todo cuidado é pouco, pois o Grá pode ferir o(a) zelador(a). Quando o Grá adentra o Agbasá, os Ogans correm para tirar-lhe o porrete que ele luta para não entregar. É um momento de extase. Nesse instante os tambores tocam com mais força e o(a) zelador(a), então nervoso e sem poder sair da cadeira, entoa uma cantiga e a Vodunsi cai desfalecida no chão e logo em seguida é pega pelo Vodun. É um alivio total e o ritual do Grá chegou ao fim. A quem diga que o Grá é um Erê malvado, outros dizem que é o Exu do Vodun, outros ainda dizem que é o lado negativo do Vodun ou mesmo da própria Vodunsi, um lado animalesco e primitivo seu, que está no seu inconsciente, que manifestou-se em seu renascimento e que foi mandado embora para sempre. O Grá despeja pra fora toda raiva e o ódio da Vodunsi. Como se depois do Grá não houvesse mais ódio, raiva, rancor dentro da Vodunsi, somente o que é bom e benéfico. Significa que a Vodunsi nunca mais sentirá fome, nunca vai dormirá no relento, nunca mais irá confrontar ou agredirá seu(a) zelador(a), fisicamente ou com palavras, pois o Grá levou isso com ele. O ritual do Grá envolve muitas simbologias e interpretações que pelas leis do Jeje não poderei citá-las aqui."
Espero que possa dar um pouco mais de conhecimento da nossa nação. Pois o Nagô foi muito difundido, e não é muito comum a abertura de casas de jeje. mas de uns anos pra cá, Bessem fez ressurgir nossa nação que estava quase extinta. E alguns fundamentos de nossa nação foi abolida, muitas por falta do conhecimento não passado, outros por falta de espaço físico para o exercício do ritual. Cada vez mais os Humkpames estão virando Kwes, de fazendas e sítios estão virando pequenos terrenos com pouco espaço, sem muitas vezes sem matas e árvores, havendo mesmo uma arvore ou outra para um espaço pequeno para o culto. E com o expansão do nagô, muitos dos seus ritos e divindades, foram agrupadas ao panteão dos voduns, certos orixás como a exemplo de Logun estão sendo cultuados dentro de templo Jeje de culto ao vodun. Mas hoje vejo uma corrida ao "purismo" um resgate a identidade do culto, hoje vivemos uma Era da informação, somos mais esclarecidos, estamos buscando mais nossas raízes,  temos mais oportunidade, a povo está com o poder aquisitivo maior, podendo viajar mais, hoje tudo é mais fácil. Espero na minha fé, que mais Sacerdotes do culto ao vodun, possa ter mais esclarecimento, e resgate da religião no que tange o Jeje em seus ritos, para que a cultura, o conhecimento se perpetue, ao invés de reinventar preceitos e ritos tal como o Grá, pois já ouvi em dias atuais, pai de santo do culto jeje dizendo que tira Grá no Ebó. Enfim estão reinventando a religião, me pergunto: "Será que tal Ebó tira o Grá?"



by Doté Rodrigo D'Avimaje
Rio de Janeiro, 28 de Junho de 2012.
Fonte bibliográfica: Google.com.br
*Fotos retirada da internet para fins ilustrativos

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ekedys - Mães Senhoras.

Ekedjy




      Elas são as preferidas dos voduns, são mulheres que o vodun tem predileção e escolhe para cuida-lo, seja num voduncy ou no Igbá. seu processo de iniciação é igualmente de um ogan; são apontadas, suspensas e confirmadas.
     Na sua confirmação o vodun que a suspendeu dá o cargo segundo sua vontade. 
     Antigamente dizia-se que a ekedjy se casava com o vodun em questão.
     As Ekedjys dentro de uma roça, exerce papéis muito importantes, pois a elas são confiadas funções de responsabilidades, respeito e de extrema confiança.
     Uma das funções que só uma ekedjy exerce, é de desvirar o vodun do voduncy, cozinhar as comidas do santo,  cuidar do enxoval do vodun, de dar Hum no vodun, fazer o Pole, océ, entre outras funções.
     O termo Ekedjy é linguajar Fon, Jeje, no Nagô (Ketu) são chamadas de Ajoyés e no Bantu (Angola) de kota. Mas com a evolução do candomblé o termo Ekedjy fixou em algumas nações.
     Alguns cargos de Ekedjys usados no humkpame são de Sidagan, Dagan, Omilocé, Bexê, Alaremim, Gozengan, entre outros cargos.
     A um Itan que conta como a Conquem  (galinha d'angola) foi criada, e conta como foi dados os voduncys, ekedjys e ogans.

"Olissá criou a Conquem , quando habitantes de uma aldeia estavam sendo assombrados por Ikú , que por ordem do grande rei pegaram uma galinha preta e pintaram com efun , e quando Ikú viu aquele animal estranho fugiu assustado e nunca mais voltou.
Aziri pegou então a conquem que passou a ser um animal sagrado e fez dela seu primeiro Yao.
Até que um dia Aziri resolveu fazer em sua mucama e assim foi criado o primeiro vodunci que mais tarde se tornaria uma sacerdotiza.
Vendo que a noticia se espalhara depressa e que os outros voduns fariam o mesmo Aziri resolveu fazer uma reunião e consultou vondun Fá que convidou todos os voduns .
Chegando a reunião Fá ordenou que cada vodun escolhesse ainda no ventre da mãe uma criança para que ela fosse o sacerdote do vodun e que não virasse com nada . Já que se na terra fariam vduncis e mais tarde seriam sacerdotes quem zelaria por eles , se todos virassem com vodun quem olharia pela casa de santo por tudo , quem zelaria por eles voduns quando viessem no ori dos vodunces.
Assim surgiu a primeira ekedji do ventre de uma mucama de Aziri."

"- Eu não poderia deixar de Homenagear uma Ekedjy em especial, pois essa mãe Ekedjy é muito importante em minha vida. Graças a essa mãe Ekedjy, tudo em minha vida aconteceu e acontece, é um exemplo de mãe, zelosa, tem seus punhos de ferros, mas é querida e amada por muitos. Ela viu e sentiu tudo na minha vida, até mesmo a minha vida! e hoje vendo minha roça, ou melhor nosso Humkpame! Dona Rosa Madalena, ou Ekedjy Sidagan Mada de KPossun, Ekedjy de Oyá, ou melhor minha mãe carnal. quero dizer a todos o que a sra já sabe, que lhe AMO. Assim como  nossos voduns são amigos, KPossun e Avimadje, nós mãe e filho temos uma eterna amizade que nada do universo nos separa. Ekedjy Mada, Avimadje Abucy Fuó! por esta sempre ao meu lado e me auxiliando nem nossa roça de santo, encinando esses meninos o amor e a fé em nossos voduns, dando educação de axé e cultura!
Beijos e te amo tá!? rs
 Seu filho e Temi Rodrigo D'Avimadje."



By Doté Rodrigo D'Avimaje
Rio de Janeiro, 13 de Junho de 2012.
* fotos tiradas da internet e de arquivo pessoal para fins ilustrativo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Zandró - Reverência Ancestre

      Zandró



      O Zandró é uma homenagem aos antepassados, se o sató, o agbadjá, e outros rítimos homenageiam os antepassados reais, o Zandró vem especificamente reverenciar a memória de membros familiares e do culto. Sua origem vem dos ajás do Tado e se faz presente por toda população ribeirinha do Mono na Africa. No Brasil trata-se de um ritual caracteristico da nação Jeje, ocasião em que os membros falecidos de um terreiro são reverenciados louvando-se Ayizan, num gesto em memória de Ajahutó que plantou Ayizan na entrada de sua casa em Alladá em memória de sua ancestralidade. O ritual do Zandró é específico para os membros de uma comunidade e participado pelos mais antigos membros que a compõe, é feito com cânticos, evocações, rezas e preceitos específicos. Tal evento familiar, voltado aos membros da roça, antecede às festividades propriamente ditas.
      É no Zandró que pedimos aos nossos ancestrais a permissão e a solicitação para as festividades que haverá na roça.
      O Zandró é constituído de um conjunto de kurrans, sequenciado, para a evocação e saudação litúrgica aos ancestres. Também compõe a cerimonia, agrados de oferendas. 
      Enfim há muitos rituais, liturgias, que não é permitido ser exposto, devidos a fundamentos, preceitos que são recluso aos filhos de uma casa Jejê.
      Contasse que na travessia dos navios negreiros, os povos jeje vieram rezando o Zandró da Africa ao Brasil sem repetir um cântico do Zandró, para que seus ancestre pudessem acompanhar nessa travessia e os protege-se e os firmassem no novo mundo. 
      E pesso passar dos tempos, estavam certos, firmou!


         Aproveitando o espaço dentro do Zandró, quero fazer uma homenagem in memorian a essa minha ancestral que tanto louvo em minha Ayzan, essa vó que tive o prazer a honra de conhece-la pessoalmente e se hoje sou um Sacerdote, um Doté, saibam que essa "vó" me influenciou e influencia até os dias de hoje!
     Que Ayzan permita que essa senhora, Gayaku Luiza, nos influencie com sua sabedoria!
Gayaku kolofe!!!!

Doté Rodrigo D'Avimaje

Gayaku Luiza D'Oyá

by Doté Rodrigo D'Avimaje
Rio de Janeiro, 05 de Junho de 2012.
* fotos retiradas da Internet, e pesquisa literária para fins ilustrativos e fontes impíricas.